Bem, eu tive medo de mudar
Porque construí minha vida ao seu redor
Mas o tempo traz coragem,
até mesmo as crianças envelhecem
E eu estou envelhecendo também
Eu estou envelhecendo também...
16 de jul. de 2019
Avalanche
9 de jul. de 2019
Faraônico
Todo o tempo da minha vida fui incapaz de olhar pro lado e na maior parte do tempo, fui um completo insensível e insensato. Quando a balança se equilibra, o sol e a lua entram em eclipse e a poeira abaixa, quando a normalidade e a aceitação se assentam no vazio do corpo. Podemos ver, já disse tantas palavras sobre os meus erros e atropelos. Pois é, agora sofro junto com os fios brancos entre meus cabelos, entretanto uma dor diferente, diferente da loucura que se apossou de mim, eu estou em paz, ainda não em paz completamente aceitando todos os meus erros, mas a dor que causei em quem não merecia. Eu merecia ter ficado sozinho de verdade, mas não deixaram, não sei explicar o que e como tudo aconteceu tão rápido. Ainda é como se fosse ontem e ainda paro nas lembranças, afinal eu não vivo de passado, mas ele me atrai como se fosse uma nostalgia ambulante. Acho que por hoje meu depoimento vai até aqui, deixando meu passado recente um imenso equívoco incompreensível, até pra mim, faraônico demais.
25 de jun. de 2019
Música da semana: Peter Gabriel - Mercy Street
São os sonhos que se tornaram sólidos
São os sonhos que se tornaram reais
Todos os edifícios, todos aqueles carros
Eram apenas um sonho
Na cabeça de alguém
Ela imagina vidros quebrados, ela imagina a pressão
Imagina uma alma
Escoando por uma fenda
Vamos puxar o barco
Esperar até escurecer
Vamos puxar o barco
Esperar a escuridão chegar
Nos corredores de lugar algum, verde cinza pálidos
Em nenhuma parte nos subúrbios
Na luz fria do dia
Lá no meio disso, tão viva e só
Palavras sustentam como ossos
Sonhando com a Rua da Piedade
Se virando ao avesso
Sonhando com a piedade
Nos braços do papai outra vez
Sonhando com a Rua da Piedade
Jura que eles mudaram a placa
Sonhando com a piedade
Nos braços do seu papai novamente
Tirando papeis das gavetas devagar eles deslizam suavemente
Desvendando profundamente a escuridão
Confessando todos seus segredos no confessionário de veludo
Ao padre - ele é o doutor
Ele aguenta o choque
Sonhando com a ternura, tremor nos quadris
Dos beijos nos lábios
Sonhando com a Rua da Piedade
Usando uma máscara
Sonhando com a piedade
Nos braços do seu papai outra vez
Sonhando com a Rua Piedade
Certa de que retiraram a placa
Procurando por piedade
Nos braços do seu papai novamente
Piedade, piedade, procurando piedade
Piedade, piedade, procurando piedade
Anne, está lá fora com seu pai no barco
Cavalgando a água
Cavalgando as ondas no mar
23 de fev. de 2019
Entre o tempo e a memória
Eu encontrei!
na nossa mesa tem que ter prazer para os dois. A fraqueza tem que ser guardada no coração, a pessoa que fala demais do amor, não sabe sobre amor, amor se expressa, amor não tem final feliz pois o amor não acaba. Sempre demonstro que não gosto de cara, pois assim as pontas do meu quebra cabeça não ficam ocultas.
Enquanto estuco no silencio as batidas no peito, ritmadas como um metrônomo, não sinto mais força nas pernas, nem vontade de nada, como se a gravidade ficasse cada vez mais forte, não há sorriso e não há mais prazer. O silencio passa a ser mais confortável do que devia e ficar sozinho é aconchegante. Lagrimas já não escolhem horas para tentar aparecer, o vento sopra e a lua me encara com sua luz soberba. O suco do pecado, de todas as noites que não fui eu, que fugi, percebo agora que não preciso mais e menso assim continuo correndo. Troquei amizades, troquei confidentes, troquei o que devia e não devia, mas mesmo assim algo está igual, não sei direito o que...
Essa saudade é um câncer, logo eu que aprendi mil e uma formas de dizer que tenho saudade, hoje ela fica em silencio pois não cabe mais na língua, não cabe na cama, tem peso de alma e alma sofre.
Oito anos depois e nessas linhas ainda consigo destilar o que mudou de mais profundo em mim.
15 de fev. de 2019
Sobre o amor em si mesmo
Ao longo da vida tomamos decisões difíceis, temos aprendizados rudes, e que na maioria dos casos acabamos nos culpando e assim com o tempo deixando de gostar de si, costumo dizer que a pessoa que gosta de si mesma e se ama de verdade, não voltaria atrás para corrigir um só erro.
Errar é aprender, aprender é sabedoria, então nos detestamos por ficar mais sábios?
Temos uma visão muito distorcida do amor próprio, geralmente vemos esse assunto somente quando nos decepcionamos com alguém ou terminamos um relacionamento e não é isso. Amar a si mesmo é algo mais profundo e espiritual do que um relacionamento. Não podemos deixar de gostar da gente por situações e escolhas erradas que tomamos com o coração ou regressando com simples medo.
Inconscientemente tomamos decisões que nos fazemos pensar... Por que fiz isso? Por que agi assim? Às vezes dá pra voltar atrás destes erros e às vezes não, seriamos então uma maquina de aprendizado ou uma maquina de lamentação?
Eu costumo dizer que ninguém é completo, indo de encontro à frase "encontre alguém que te transborde" não! Isso é errado todos somos metade, ninguém é completo somos quebra cabeças, podemos encontrar alguém que nos transborde, mas temos que levar em conta que transbordar algo também é um erro de calculo, tem que ser na medida, nem forçado por não caber e nem transbordando pois é desperdício de energia.
O primeiro amor da sua vida á você, quando a gente aprende a se amar de verdade, podemos amar ao próximo, liberamos a energia da nossa alma para a paz, para poder ter empatia, para poder ajudar. Esse modo errado de se detestar tem que cair por terra, esse é um dos focos do mal da humanidade, não tem como uma pessoa não querer para o outro aquilo que ela não quer pra ela, se essa pessoa não gosta de si mesmo para se colocar inteiramente no lugar de alguém, de repente a raiz dos problemas pode ser isso. Amar a si próprio não é só quando se sente sozinho e traído. É se perdoar e entender que muitas vezes tivemos que errar, tivemos que perder e mesmo assim, ser apaixonado pelo seu próprio universo, cuidar de si mesmo. Perdoar a si mesmo. Amar alguém sem medo também é se amar.
Pois no fundo ainda somos aquela criança com o olhar inocente que todos querem cuidar e apertar a bochecha.
Se sentir raiva e magoa de alguém já faz mal, imagine sentir de si mesmo!
Então olhe pra dentro e se perdoe!