10 de dez. de 2014

A Selvageria e Eu


(toquem e leiam calmamente)


Na calada da escura e insípida noite noite existia um corpo em minha cama, alguns o chamam de eu. 
Um vento gelado assolou meu ombro e ouvi algumas vozes murmurando, logo em seguida alguém me chama suavemente no ouvido dizendo clara e calmamente o meu nome. Abro meus olhos mas não consigo me mover, volto a fechar os olhos e cochilar e brevemente tudo se repete, levanto-me velho as horas. É hora de tomar o banho de benção e bom dia, calado e sonolentamente deixo a água escorrer pelo meu topete que me incomoda logo ao acertar meu olho direito, acabo por fim neste vazio me lembrando de coisas e me pergunto, quem sou e onde quero chegar?
Me troco ainda sonolento me lembrando do chamado, espiritual ou psicológico, religião ou ateísmo. Voltando a encarar o mundo novamente esse dia, saio de casa as cinco da manhã e desço o escadão escuro. Chegando ao ponto de ônibus me vejo sozinho, o frio bate em  meu cabelo úmido. Me vejo em um cenário desconfortável , havia sangue e horror na calçada do lugar todo, rastros por todo o lado daquele sangue, animal ou humano, fiquei inerte seguindo com o olhar aquela selvageria. O que aconteceu? Acho que desta vez não sei nem o que se passa em mim, vou lá eu entender de selvageria.