8 de mai. de 2017

Xeque-Mate

Só posso iniciar dizendo que foi um sábado nublado, enquanto eu arrumava minhas coisas e me preparava para sair com a sua garota. Ela me notificava em cada estação que passava. Ansiava por me dizer coisas que tu não acharias nada legal.
Eu guardei minha vergonha no bolso da camisa, aquelas nuvens escuras me notificavam a cada passo que a previsão era de chuva, eu me lembrava de que eu não via sua garota há anos por volta de quatro. A internet e seus milagres.
Entrei na estação olhei a hora era onze e treze, tinha apenas alguns minutos para esperar o trem, lembrei que tinha se esquecido de arrumar o cabelo, olhava para o céu nublado e me questionava: o que estou fazendo?. Eu já sabia no fundo... eu queria a sua garota e ao mesmo tempo me negava a aceitar isso. O trem chega eu apago o cigarro o vento soprava para leste, e ela vinha do leste.
Um homem vendia balas dentro do vagão, o outro, fones de ouvido. Veio-me uma lembrança de algumas fotos que tiramos antes de nos separarmos, antes de vocês começarem. Eu sorri meio de lado olhando por baixo, reparei em um decote mais a direita, lembrando-se daquele verso que me identifico “Quem tem dentes um dia, acaba mordendo!”. Como isso era real, e ainda mais por se encaixar na história dos meus dentes afiados.
Eu cheguei ao local, esperei vê-la como antigamente, porem ela não havia chegado, lembrava-se de alguns momentos marcantes antes daquela discussão infantil que precedera a desunião de nossa amizade, constantemente eu me recordava do sorriso dela, era o mais lindo ate hoje que eu já conheci, desejava reparar quando à visse novamente minutos depois. Ela se mudou enquanto estivemos sem contato e assim se estabeleceu aqueles anos.
Então ela me mansa uma mensagem, diz que me espera nas catracas, o coração deu uma batida descompassada quando me direcionei para lá.
E lá estava ela, cara... tão linda quanto antes, vestindo calças um pouco maiores, seu olhar mais maduro do que aquela garota de dezesseis anos agora com vinte, e eu em plenos vinte dois, já havia contemplado seu sorriso com apenas dezoito.
Se eu tivesse sido mais corajoso naquela época eu não estaria te escrevendo isso.
Ela me abraçou forte, cheguei a acreditar que era uma saudade pura, não desconfiava de suas intenções mais ardentes. E nesse mesmo instante o som da chuva de verão, algo forte e bem barulhento.
Eu a disse que mesmo na chuva tínhamos que comer algo que eu estava com fome, seguimos então para o shopping mais próximo, enquanto ela reclamava de você por todo momento, dizendo o quanto era injusto, e o quando a deixava de lado, o quando a fazia sentir ciúmes de garotas com menos brilho, sim, pode crer ela me mostrou as fotos. Mostrou-me também uma conversa que ela observava sem você saber. Você vacilou e eu também, Comemos algo no Burger king, você sabe que ela adora.
Ela me olhou e começou a me perguntar sobre o que eu fiz, e bem, não fiz nada de mais em quatro anos, na verdade eu só não queria estender a conversa para meu foco, ela tinha toda a minha atenção, ela estava tão linda e estava com raiva de você, eu me culpo mais que tudo. Afinal ela tinha seus motivos, e eu me rendi.
Andamos e por um reflexo mutuo fruto do costume de ambos, sem querer nos demos a mão, o constrangimento foi automático. Foi a primeira vez naquele dia que encostei a mão em uma parte do corpo de sua garota. Ela sorriu timidamente e larguei a minha mão, eu só sabia rir daquele constrangimento.
Ela entrou em uma loja e comprou um vestido cinza, pensei comigo que fosse para você, que talvez gostasse, eu não perguntei, ela estava muito magoada. Eu esperei e a chuva havia cessado.
Sentamos frente a frente, em uma mesinha ela já estava cansada de andar, foi quando reparei as lagrima escorrerem, eu fui ao encontro dos seus braços, ela me fitou e me beijou. Eu sinceramente não me importei. O beijo foi ficando mais intenso e quente, foi quando ela parou me olhou, e novamente estava em meus braços.
Olhei fundo nos seus olhos negros. Ela passou a mão em maus braços e disse. Vamos a minha casa. Eu só pude aceitar, eu queria fugir, porem era beleza demais para uma pessoa, e existe um rapazinho pra baixo do umbigo que se sentiu animado para conversar a sós com a sua garota. Quando reparei já estávamos na estação ela me puxava pela mão, eu podia sentir o seu sangue ferver.
Perguntei sobre o local, ela disse que estava sozinha. deitei na cama e aguardei ela ir ao banheiro, ela voltou com aquele vestido, o qual havia acabado de comprar. Beijou-me na cama e eu reparei que ela estava nua por baixo do vestido, enquanto ela abria minha calça. Eu a beijava no pescoço mordia a orelha e tomava seus seios na minha mão, tão fartos e duros, eu a beijava eu a apertava, eu a penetrava, estávamos tão quentes, somente júpiter pode te confirmar.
Sua garota foi minha aquele dia, ela foi minha até o ultimo espasmo de excitação. A culpa foi minha, eu sei. 
Enquanto eu voltava pra casa fiquei feliz e triste, ora pensava em ti, ora pensava em meu ganho. Mas de toda forma, somente o corpo foi meu, pois o coração ainda é seu, agora eu estou bem. Mas sua pessoa comeu na palma da mão do seu descuido.
Ela vai ser sua, por enquanto. Mas um dia talvez de outro.