12 de mai. de 2017

Anno Domini

Decidi vir pra esse lugar deserto, estou sentado aqui já tem alguns dias, o que estou esperando eu não posso afirmar. Estou enxergando as entrelinhas do passado e futuro com uma dor aguda na cabeça, e tenho ampla visão da minha linha do tempo, as vezes magnífica e as vezes ridícula, tentando colocar uma balança e umas coisas e dar sentido a outro.
Me afastei do mundo, arranquei a minha casca e abandonei velhas ideologias. Se fiquei mais sábio... Talvez. Mas eu precisava sair de cena para respirar, eu procuro algo que eu não tenho, um sentimento? Um motivo? Eu não sei. Algumas coisas e pessoas já não me cabem mais, as pessoas podem ser um incômodo quando não compreendem as mudanças. Eu precisava evoluir, eu preciso me fechar para balanço.
A dor aguda ainda me incomoda, tenho dedo podre para decepções. Uma alma solitária?... Eu ainda não sei responder isso, ou talvez seja meu ego me negando a resposta. Agora tudo é breu, estou só no breu, eu, o silêncio, a visão da vida e minha dor de cabeça aguda, eu não sinto mais sono. Até eu mesmo não ando me reconhecendo, parece que tenho 16 outra vez. Buscando uma satisfação, querer fazer parte de alguma coisa, fazer parte de alguém que não me destrua. Um homem quer é ser cuidado por uma mulher, e vejo isso daqui também os erros e o peso. No fundo eu não sei se fico ou se vou. Se continuo ou volto. Quando eu pensei que sabia o que era amor, algo me lembra que eu nem sei direito o que é isso, é a minha estaca zero de novo, acho que algumas coisas da pra recomeçar, já outras só me basta sepultar. Que o amor esteja convosco.
Pois ele está no meio de nós...