29 de dez. de 2016

Noites escuras e lembranças vagas de um vagabundo juvenil

Em um resquício de noite, um contato há muito guardado me inspirou a voltar aqui e escrever talvez um dos textos mais pessoais que já escrevi. Mesmo tendo enjoado de começar meus "texticulos" sempre com uma preposição, retorno para lembranças onde algumas coisas começaram voltando para o começo de 2012. aquela época onde um breve escrito começou a despontar da minha mente, mesmo escrevendo muito errado (algo que não corrigi muito bem ate hoje). aquela época onde colocava data em tudo. 
Em homenagem ao garoto que eu era há anos atrás. 
28/12/2016  00:02

2012 fui um ano muito especial em minha vida, coisas incríveis começaram a acontecer, foi onde minha personalidade começou a tomar forma, com meus quarenta e cinco quilos, de áries com ascendente em capricórnio. 
Sobre a musica: lembro que foi a época que o meu melhor amigo se envolveu com a minha melhor amiga, não preciso explicar para vocês perceberem que eu foi quem mais sofreu com isso. um se queixava de outro pra mim, era um porre, então ele decidiu deixar a banda, na época para curtir sua gata (que na verdade não queria ele, ela queria o papai aqui.). foi quando outro membro se juntou a banda, conhecemos outros horizontes, ensaiamos fora da zona de conforto e ali tomou forma as nossas primeiras musicas, nossos primeiros riffs e nossos primeiros shows. em uma escala comparativa 2012 só perdeu para 2014 em relação a musica (e em relação ao amor...). meu jeito mudava um pouco, tanto de se vestir tanto de cantar e o postural em um palco.
Era uma época feliz que eu tocava só rock and roll e não precisava focar em um estilo somente, e dessa naturalidade se formaram nossas musicas punk rock, de quebra nascendo a ideia do nosso primeiro play que por infelizes desencontros ainda não saiu, musicalmente um ano lindo. com os primeiros shows que sempre são muito marcantes na vida de um musico, ou um aspirante a rockstar. (Viva Extintos Revolucionários).


Sobre o Mundo acadêmico: lembro me de ter começado a trabalhar, tive de deixar a molecada que eu estudava na parte da tarde onde conheci a Carla, quem me conhece e me acompanha sabe oque ela acabou virando. afinal resolvi trabalhar e me transferi para noite, ai tá uma coisa que me mudou para o bem e para o mal. eu conheci a liberdade, eu tinha feito 18 anos e como meu pai costuma a dizer para todo mundo "Ele é um menino bom, mas depois que fez dezoito anos ele ficou safado!". Conheci o meu poder de persuasão, o poder de pegar as menininha tudo. lembro de ter dado muitos beijos em minhas amigas da época. Algumas amizades ainda existem né Bel, já outras não duram muito tempo né Mih! eu conheci o Luiz, Lucas, Jéssica e a Camila Pego e a Sabrina. lembro das conversas que tinha com o Luiz. trocávamos assuntos demais, ia de questionamentos da existência divina até a surra de teta que ele pagou pra prostituta dar nele, eu com um certo tempo criei postura e aprendi a conversar e ser mais serio em certos momentos, posso dizer que o Luiz foi uma das melhores e piores pessoas que eu conheci, esse cara incluiu muito para a minha personalidade que estava começando a criar forma. lembro de tentar dar uns pegas na garota lésbica da sala, não deu certo por motivos óbvios, a Jessica não era muito fã do meu saco de ossos e nem do meu saco de testículos, porém uma coisa tínhamos em comum que era uma enorme queda pela garota da sala da Administração, a morena do sorriso largo. Assim conheci Camila, juro por deus que se eu tivesse mais coragem o posto que era da Carla teria sido dela, mas... (Felicidades pra você meu anjo).
então eu comecei a cabular o ensino técnico, eu vinha cansado do trabalho queria descontrair, então ao invés de ir a escola ia dar uma volta por ai, pegar mulher ou apenas enrolar. nesses passeios aprendi muito também com a cidade, com a noite na cidade. o mundo é injusto, eu era injusto comigo mesmo, e minha mãe era injusta por que ela me obrigava a fazer as coisas do jeito dela, me tornava mais punk no fundo sem saber exatamente o que e isso. Luiz me dizia sobre as amizades e o que acontecia com os grupinhos de amigos e eu ouvia um homem mais velho que meu pai me dizer coisas que meu pai não me dizia. "As amizades se separam já,já cada um vai pro seu lado. interesses diferentes, um começa a namorar o outro a ter filho, aos poucos você começa a se sentir sozinho se também não segue o seu!" eu não reparava na expressão daquele homem era sincera e triste, como se a pessoa que se sentisse sozinha em seu grupo de amigos. e sim, era verdade. hoje eu sei o quando não botei fé e o quanto paguei, vejo em primeira mão, alguns amigos são iguais pinturas de sala de estar, se começam a desagradar melhor trocar. 
Em uma dessas fugidas a noite da escola eu quase tomei um tiro na cabeça, se minha mãe ouve essa historia contada em detalhes por mim acho que mesmo 4 anos depois ela tem um infarto, não entrarei em detalhes, posso adiantar que eu estava de mau humor e tinha dois assaltantes um com cara de tonto e um gordo com cara de burro e os dois eram muito folgados. Nessa altura eu ja tinha descoberto aonde a minha ira pode me levar, mas no fim só perdi um celular e não ganhei nenhuma bala.
Sobre o amor: Eu tentei voltar para Larissa, mas naquela altura eu estava precisando era de novos ares, aonde eu estava com a cabeça tentando me relacionar com uma garota 5 anos mais nova que eu (hoje meu amor é 5 anos mais nova também) eu amei Jaqueline, Natália, Patricia, Sandra Abreu, e no fim depois de desistir sem tentar da srta. Camila. Eu desisti porque era muita gente (mais dois pião) e eu não tinha auto estima suficiente, perdoa vai era coisa da idade... ou talvez não pois até hoje não sei direito o que é auto estima, mas a minha cara de pau tá sempre afiada. Então um dia Carla me chama para sair... o resto é historia.

Sinto falta dessa época, eu queria voltar no tempo, não para poder alterar tudo. queria voltar só para me ver fazendo cagada, me excitar de novo com velhos beijos, ver pessoas que já não estão mais entre nós (Esteja no céu Mulherzinha eu nunca vou esquecer nossas zueiras), poder chorar mais uma vez. eu acho que se a pessoa está bem com ela mesmo ela não pode querer voltar no passado para mudar nada. uma pessoa inteligente sabe o preço de cada erro e cada acerto e o que isso pode causar, o azar as vezes vem trazendo sorte, mas pra saber isso só alguém que viveu uns anos depois. quer saber... deixa o passado pra meu bem.
Esse texto, essa cadeia de lembranças resumidas, despontaram do contato desse cara que ate hoje tem a mesma consideração, você me libertou cara, me ensinou como eu devia ser louco em certos momentos e respeitável em outros muitas conquistas devo aos seus toques e a sua convivência. 

 Dedicado a Luiz Bruschi