3 de ago. de 2016

Questões finitas, alegria e babaquice hereditária


Olhe só aquela moça tão cheia de querer, de boa família e se sentindo uma pessoa legal. Irrefutável sua arrogância no olhar disfarçada com uma leve camada de simpatia. Sua família mora em um apartamento de classe media alta, em uma cidade ao lado. Todos com caras de panacas inclusive ela, tão cheia de likes e comentários repetitivos em suas fotos, vejam bem a cena atual da patricinha moderna. Infelicidade também se esconde em seu olhar, afinal ela é maravilhosa ou pelo menos se sente assim. É de rosto muito bonita, entretanto de corpo nem tanto. Agora falando em intelectualidade é algo que chega a ser ate mediano, mas também só por falar língua estrangeira, nada mais de agradável em quem consegue segurar um namorado por incríveis quatro meses em media. Ate que demoram em perceber a baixa qualidade do produto por dentro da embalagem, igual aquele fones de ouvido falsos por 40 reais da Apple, ou tempo suficiente para ela resolver liberar a sua perseguida e todos entenderem como nem isso vale muito a pena, simplesmente chegar e abandonar um barco. Eu nem sei aonde quero chegar na verdade, como Jimmy Gold diz "essa merda não importa, nada nessa merda importa".

Quando perdi a Noção do que importa

Lembro-me como se fosse ontem da primeira vez de tudo, inclusive quando chorei inúmeras vezes no banheiro apos um tempo separado de você. Não se tratava exatamente de saudade e sim culpa. Depois de um bom tempo remoendo a memoria me dei conta de que era mais culpa que saudade realmente era paixão e dor de perda, o motivo do fato era as minhas escolhas que se tornariam hereditariamente mais desfavoráveis com o tempo. Hoje estou bem, mas como eu cheguei ao ponto de chorar daquela forma desesperada sem compreender o porquê? Era simples, eu tinha culpa e nada deu certo e a dor que causei, o tempo perdido, as inúmeras tardes deitados assistindo um filme qualquer e olhando o sol ir embora todo fim de semana pela janela. Não vamos esquecer-nos da grana gasta que hoje em dia esta meio rígida. Te vi sozinha e perdida quando te deixei e nesse desespero se obrigou a se abrigar em outros corpos e nesse instante eu chorei ao saber, porém eu também havia provado de outras flores. Era tudo arrogância e despeito, mas era muito mais triste. você que era minha e eu que era seu se entregando a pessoas vazias. E nesse redemoinho ainda perambulo por alguns jardins. Aonde anda você depois da dor e o mal? Perdeu-se ou se achou?


2 de ago. de 2016

Entardecer de Segunda-feira

Olhando para esse céu alaranjado, me lembro das tardes ouvindo aquele álbum que você adorava do Joy Division. Era a trilha sonora daquela tristeza que sentia tao profundamente, mas estava tao entorpecido matando a minha saudade de outro alguém. Que não ouvia os gritos mudos do meu peito. Não entendia que estava triste simplesmente por uma falsa alegria, aquelas letras tristes e arrastadas cantadas naquele álbum "Unknon Pleasures", sentia na pele versos como "Eu, espere por mim!".
Minha escolha que me torturava tão silenciosamente que nem eu mesmo sentia ao certo, a cada céu nublado daquele apertado mês de agosto em que te deixei ir embora, como o fim das musicas entrando em fade out. Eu estou feliz atualmente, apesar daquela decisão não ter feito sentido, pouco depois eu descobri que não levaria a nada o rumo que tomei. Os maiores inimigos são as memórias e por mais que tentem me impedir de escrever eu não vou parar. 
Quase ninguém entende que escrevendo a gente domina as memórias e escraviza a dor, se não elas acabam nos possuindo (pelo menos as pessoas que sentem mais com o coração do que falam com a boca). O que eu desperdicei em você da ultima vez? Sabe... felicidade é um poço que todo mundo possui, eu bebi do seu e muito, apesar de você dizer na cara dura que não foi feliz um segundo ao meu lado, eu sei que é mentira, é claro, não digo isso por pretensão não, sua boca mente, mas seus olhos nem tanto.
Eu to bem e ando bebendo em outros poços, assim como você. Olhando novamente para a janela nessa tarde de segunda o céu não esta mais laranja, a tarde não é mais tarde, agora se inicia uma noite quente. Em meu coração não existe tempestade e divisão, mas existe um poço enorme para quem quiser beber.