Consigo ouvir somente neste quieto momento, o silencio interminável e torturante do
relógio enquanto há carga. Eu pairando no sofá em plena uma e meia da madrugada, me
pergunto para onde estou pendendo nesta corda bamba, neste breu da sala consigo
comparar o vazio e o silêncio com meus antigos amores.
E
porque tanto Eu... eu... meu... Sempre como centro das ideias, "eu" sempre
como o front, "eu" sempre o das ideias, "eu" sempre do talento, "eu" sempre brilhante, "eu" como o centro, o centro da solidão, o centro da sala escura, o centro do
vazio, o sempre abandonado, o "Eu" do egoismo, o sempre old school e retro, eu sempre sem graça,
eu só como o nada. Assim restaura o equilíbrio nem sempre no eu, nem sempre em
mim e quase sempre como você, como qualquer um.
Realmente
somos egoístas e insatisfeitos, e para acalmar e equilibrar temos o amor, onde
tudo se iguala ao nada e onde pouco se iguala com muito, onde és tão pequeno e onde É nosso mundo.