Eu desci aqui para essas bandas, simplesmente para descansar a mente, descansar o corpo, coisas que então não
consegui, e de nenhuma forma vou realizar esse tal feito. Descendo a serra e
até mesmo na estrada, qualquer movimento nas arvores nos lembrava, e eu
permanecia com cara de pastel aquela assim meio inerte sem o que dizer mais com
muito para pensar e lembrar. Mulher onde está você?
Andava
a esmo na areia da praia, ou na calçada mijada que chamam de calçadão, e em
tantos beijos e abraços procurei você, em tantos corpos de biquíni não achei o
teu. Iemanjá é sinônimo de teu nome assim você me disse. Mais a noite avistei
um grupinho de jovens. Estava preparado para não saber o que dizer, quando o
seu olhar assustado encontrasse o meu fixado em você... Ilusões, nada de
ser você, utopia sentimental, uma assombração da minha mente que virou sua
forma.
Andei
pensando no que você estaria a pensar, naquele exato momento. Minha abestada
imagem a olhar os apartamentos com a plaquinha do “Vende-se”, não falhava em
nos imaginar ali dentro morando a beira mar, bem próximo a uma grande praça,
onde há uma pista de skate, chegando lá bem mais a noite com você depois de um
dia de trabalho, agente descendo abraçado de elevador ou de escadas não importando
o modo, mas com meu indivisível violão, tocar para você nossas musicas
favoritas juntamente com minha voz fina e desafinada, também com meu erros de
acordes, pois nunca consigo decorar as sequências, nossa boia salva-vidas,
todas as musicas que gostamos.
Naquela
noite era somente minha magra imagem e nada mais que pensamentos, sonhando com nossa bagunça, logo a gente que não ficamos ao menos um dia inteirinho juntos
ainda. Acabar com a inquietação, te deixar dormindo no apartamento e sair
escrevendo devagar coisas da gente a beira mar. Porém naquela noite era somente
um abobalhado pensante lembrando-se de você toda hora.
Sentei-me
nas rochas da encosta que ali na beirada estava a substituir as areias da
praia, a água do mar então batia e todos os respingos possíveis de oceano
atlântico vinham em direção do meu corpo inerte à noite a olhar o horizonte,
uma tempestade se aproxima logo, aquela imensidão de mar escuro de tantas
histórias. O que você está fazendo agora?
E cada
dia a mais que passara a cada hora, ficava mais difícil de pensar, eu trouxe
livros de Lispector, Não consigo tempo nem para os meus, não sei como arrumei
uma breve brecha tanto nos pensamentos quanto na rotina da viagem para de
ultima hora, antes de embarcar e subir de volta para os meus pensamentos
líricos e quem sabe te ver de novo, te ver de novo? Dessa vez estou indo tão
rápido que já fui...